A IMPORTÂNCIA DE UMA CORRETA TERMOMETRIA EM ROTOMOLDAGEM
A IMPORTÂNCIA DE UMA CORRETA TERMOMETRIA EM ROTOMOLDAGEM
por José Marques
Trabalho no mercado de rotomoldagem há 30 anos e neste período participei de centenas de desenvolvimentos de novos produtos.
Não existe momento mais gratificante, mas ao mesmo tempo mais tenso do que quando fixamos em uma máquina de rotomoldagem um novo molde para produção da primeira peça plástica.
- Será que o peso da matéria prima está correto?
- Qual será o tempo correto de forno e resfriamento?
- Será que a peça plástica vai deformar?
- Qual será a correta relação dos movimentos dos braços?
e mais uma dezena de outras duvidas.
A maioria destas questões, levando em consideração que temos uma pessoa hábil e com experiência neste processo, são quase todas resolvidas na produção das primeiras peças plásticas.
- Se a espessura ficou fora dos parâmetros solicitados, aumentamos ou diminuímos a quantidade de matéria prima
- Se saiu “crua” ou “queimada” aumentamos ou diminuímos o tempo de forno
- Se deformou analisamos a fase de resfriamento (além de outros detalhes)
- Se as paredes da peça apresentaram espessura irregular ou “estrias” do lado interno temos que repensar a relação do movimento dos braços.
De todos estes itens a questão do parâmetros de forno e resfriamento que alteram o processamento adequado de uma peça é que iremos analisar mais a fundo.
A maioria dos rotomoldadores (não só no Brasil, mas no mundo todo) uso o método da tentativa e erro.
Levando-se em consideração conhecimentos adquiridos em peças similares anteriores, aplica-se um setup de temperatura, tempo de forno e resfriamento.
Apos processada o rotomoldador faz uma analise visual e olfativa da peça. Se a peça sair com bolhas no interior de suas paredes ficou “crua”. Se houve alteração na cor e exalar um cheiro característico ficou “queimada”.
Então o rotomoldador irá acertando o setup para se obter uma peça “aparentemente” bem processada.
Aparentemente é a palavra correta, pois uma peça que ainda necessite tempo extra de forno ou então que esteja em estado de queima, pode não apresentar as características acima descritas.
Uma peça que apresente um tempo indevido de processamento não atinge suas caraterísticas máximas, e a resistência ao impacto e durabilidade são severamente diminuídos em peças mal processadas.
Infelizmente os testes para impacto e durabilidade da peça são realizados em laboratório, com aparelhos caros e que exigem mão de obra qualificada, por isto a maioria das rotomoldagens não os realizam, só restando a analise visual da peça para verificação de umcorreto processamento.
Sabendo disto, o pesquisador Roy Crowfort da Universidade de Queens , na Irlanda do Norte, em 1989 desenvolveu um DATALOGGER , que é um aparelho destinado a recolher dados traves de um sensor e mostrar o resultado em computadores, capaz de medir a
temperatura em tempo real dentro do forno e do molde.
Ele o chamou de ROTOLOG.
Com base nos dados e nos gráficos gerados ele notou que, indiferente do tamanho ou peso da peça, se usado o mesmo tipo de resina, sempre se apresentava os mesmos perfis de rampas nos gráficos.
Isto foi uma grande descoberta, pois agora era possível se verificar em tempo real, quando a resina iniciava seu processo de fusão e aderência ao molde, o fim desta fase, a sinterização e densificação (desaparecimento de bolhas), o momento ideal de saída do molde do
forno e finalmente a solidificação da resina na fase de resfriamento.( veja gráfico abaixo)
Eliminamos assim o método da tentativa e erro para um correto processamento de uma peça.
Os ganhos são enormes:
- Em um try-out (produção das primeiras peças de um molde/projeto novo) existe a necessidade de produção de várias peças para se ajustar o setup de temperatura/tempo de forno/resfriamento, com o DATALOGGER na primeira peça já temos os ajustes perfeitos destes parâmetros.
- Por ser bem processada, o rotomoldador tem a certeza e a tranquilidade de que está fornecendo uma peça que irá resistir a impactos e ter sua vida útil prolongada ao máximo
- Normalmente e tipicamente peças feitas pelo processo de tentativa e erro ficam acima de 5 minutos além do necessário no forno, sendo obvio aqui o impacto positivo do uso do DATALOGGER.
O DATALOGGER não deve ser utilizado somente para novos projetos, pois peças antigas produzidas pelo método de tentativa e erro com certeza também precisam ter seus parâmetros de forno e resfriamento ajustados.
Aqui no Brasil não existiam fabricantes deste sistema de termometria e o mercado somente podia comprar de fornecedores do exterior( como o ROTOLOG ( FERRY) , 493K(K-PAC), TEMPLOGGER) , tornando o seu preço final após as taxas brasileiras de importação inviável para a maioria dos rotomoldadores (em torno de 25 mil dólares).
Decidimos então produzir um equipamento não só similar, mas de fácil uso e com software amigável, para a realidade brasileira.
Usando moderna tecnologia de transmissão de dados sem fio, e resistente para enfrentar o ambiente hostil de fornos de rotomoldagem criamos o ROTOMAXI-DATALOG
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